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sábado, 10 de julho de 2010

Boleto Eletrônico

Exame - Edição Impressa - - EXAME - EDIçãO IMPRESSA - 11/06/2009 - 08:16:16
A partir de outubro, cobranças em papel serão digitalizadas e poderão ser consultadas e pagas pela
internet, em caixas automáticos e até via celular Germano Lüders Serviço da Tivit para impressão de



boletos: projeto põe fim ao mar de papel


Os bancos brasileiros processaram, no ano passado, cerca de 2,4 bilhões de boletos de cobrança. Foram
compras em lojas de varejo, pagamentos de mensalidades escolares, cobranças de planos de saúde,
condomínios e cartões de crédito, entre outras transações - um mar de papel que, na maioria das vezes,
tem como destino os arquivos mortos ou o lixo. O boleto de cobrança é um resquício de uma era bancária
que está ficando cada vez mais distante com a onda de modernização que está varrendo as instituições
financeiras nas últimas décadas. Mas a hora das cobranças em papel parece ter chegado ao fim. A partir
de 19 de outubro, os bancos brasileiros terão um sistema integrado capaz de exibir as informações dos
boletos na internet, no caixa eletrônico ou no celular - ou seja, não será mais necessário imprimir e enviar
papéis pelo correio. A expectativa é que pelo menos 700 milhões de boletos impressos deixem de circular
nos primeiros 12 meses. Como nota Iezio Sousa, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban): "O papel
não vai acabar de vez, mas o cliente terá chance de escolher".


Em outubro, um correntista do Bradesco, por exemplo, poderá ver na internet as cobranças emitidas pelo
Itaú ou por qualquer uma das 60 instituições que integram o projeto. A adesão ao sistema é voluntária,
mas os bancos que já entraram para o sistema representam 99% das cobranças. O modelo vai funcionar
com a adesão do correntista. O cliente informará a um ou mais bancos a preferência pelos e-boletos e
poderá visualizá-los nos meios eletrônicos disponíveis. Apesar do ambiente online, o boleto eletrônico será
tratado exatamente como as cobranças em papel. O correntista poderá visualizar a cobrança, agendar o
pagamento ou até mesmo recusar o boleto - e estará sujeito às mesmas consequências, como o protesto
do que não for pago. O cliente do banco também poderá optar por redirecionar o boleto eletrônico para
terceiros, indicando outro CPF ou CNPJ, e ainda consultar as cobranças de outras pessoas. "Isso poderá
acontecer, por exemplo, quando os pais quiserem verificar as cobranças escolares emitidas em nome dos
filhos", diz Joaquim Kavakama, superintendente da Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP). Somente
serão exibidos os boletos com autorização prévia. "A exibição só acontecerá depois que o cliente informar
ao banco quem poderá vê-los." Por trás do boleto eletrônico, funciona um sistema central, operado na CIP
e que relaciona os boletos aos correntistas.


O projeto, batizado de Débito Direto Autorizado, ou DDA, promete ser a grande novidade tecnológica dos
bancos em 2009. Um de seus principais objetivos é o combate às fraudes. Atualmente, várias quadrilhas
interceptam as correspondências, adulteram o código de barras e criam um boleto idêntico ao original,
mas com a conta de destino diferente. Quem paga nem nota e acaba repassando dinheiro aos criminosos.
Empresas com boletos fraudados chegam a perder 500 000 reais por mês, segundo dados extraoficiais.
Outros impactos do projeto estão na redução dos gastos com papel e impressão. Segundo Caio Canton,
superintendente executivo do Citibank, o custo de impressão e postagem de um boleto para os bancos fica
entre 20 e 25 centavos - mais de 500 milhões de reais, conforme dados de 2008. "Esses custos tendem a
zero com o boleto eletrônico", diz. Para a Unilever, cliente do Citi e emissora de cerca de 150 000
cobranças mensais para clientes corporativos, é uma oportunidade e tanto, já que o corte nos custos de
impressão poderá render uma renegociação do contrato com o banco. A empresa de logística e fretes
DHL emite cerca de 9 000 faturas todos os meses, e também vê o corte de custos de entrega como um
dos pontos positivos do projeto, já que chega a pagar até 60 centavos por boleto que vai para as regiões
mais distantes. "A agilidade na entrega e a certeza do recebimento é outra vantagem", diz o diretor
financeiro Marcos Steffen. Os bancos acreditam que o e-boleto também melhorará o serviço prestado nas
agências. Apesar do crescimento da internet, as transações nos caixas comuns cresceram 12,5% nos
últimos oito anos, de 4 milhões em 2000 para 4,5 milhões em 2008. "À medida que os boletos eletrônicos
se popularizam, os bancos podem usar sua rede para operações mais complexas", diz Rodrigo Caramez,
do HSBC, que opera 924 agências no Brasil.


A implantação dos e-boletos vai acontecer em fases. Em outubro estará disponível online apenas parte
das cobranças, como mensalidades escolares, financiamentos, planos de saúde e aquisições em lojas de
varejo. Em abril de 2010, integrarão o projeto cobranças com extrato, como cartão de crédito, contas de
consumo, condomínios e consórcios . Depois, será a vez dos impostos. Só poderão participar do projeto,
entretanto, as cobranças registradas, em que a empresa contrata um banco para operar o envio das
faturas e o controle dos pagamentos. Empresas que fazem o procedimento dentro de casa, como as
gigantes do varejo Lojas Renner e Casas Bahia, ficarão de fora se não contratarem o banco para fazer a
emissão eletrônica. "A conveniência do boleto digital deve atrair os clientes e com isso motivar as
empresas a registrar suas cobranças", afirma Sousa, da Febraban.


Os bancos não revelam os investimentos, mas os números da CIP dão a dimensão do projeto. Foram 20
milhões de reais na contratação da Tivit, empresa de serviços tecnológicos do grupo Votorantim, para a
montagem do sistema. Outros 77 milhões de reais serão pagos nos próximos oito anos, a título de
operação. Além dos aportes da CIP, cada um dos bancos terá de fazer seus próprios investimentos.
Estima-se que, por ano, a oportunidade para empresas de serviços de TI será de 50 milhões a 100
milhões de reais. "A demanda ficará aquecida para projetos de consultoria e manutenção dos sistemas",
diz Benjamin Quadros, presidente da brasileira BRQ IT Services, que presta serviços para o HSBC e tem
hoje 60% de seu faturamento - de 180 milhões de reais em 2008 - como fruto de contratos do mercado
financeiro.


No ano passado, os bancos investiram 16 bilhões de reais em tecnologia e não devem poupar esforços
para disseminar o e-boleto. "A próxima fronteira da competição estará nos serviços adicionais em torno do
boleto eletrônico", diz Ademir Cossiello, diretor executivo do Bradesco, responsável por 50% das emissões
de cobranças no país. Uma das iniciativas do Itaú Unibanco é o envio de mensagem de texto ao celular do
correntista para avisar sobre a chegada de novas cobranças. O Banco do Brasil investiu na preparação
prévia dos clientes para o boleto eletrônico. Desde a segunda quinzena de maio, os correntistas podem
visualizar as cobranças emitidas pelo BB, o que será ampliado para as cobranças emitidas por outros
bancos com a integração prevista pelo DDA, daqui a quatro meses.


O projeto, porém, tem algumas limitações. Passada a data do vencimento, os boletos eletrônicos deverão
ser impressos e pagos no banco emissor. Também poderá ocorrer um "spam de boletos": cobranças
indesejadas que hoje chegam pelo correio podem tornar-se um bombardeio eletrônico. Iezio Sousa, da
Febraban, diz que o usuário poderá simplesmente recusá-las, assim como faz com as cobranças em
papel. Está em estudo uma opção para ignorar para sempre os boletos de determinadas empresas, mas
esses são apenas projetos. Mesmo com os pequenos ajustes, a expectativa é que o e-boleto decole
rapidamente. Da mesma forma como os cheques saíram pouco a pouco de cena, é possível que o boleto
em papel seja, em poucos anos, apenas uma lembrança.



http://miti.com.br/ce2//?a=noticia&nv=9pFMiBfjPX9yZIbz1u0ErQ
http://www.abac.org.br/

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